Sabe aquela televisão top que todo mundo quer ter, mas depois que compra não usa nem 10% dos recursos que ela oferece? Pois é, nos carros médios e de luxo acontece a mesma coisa. As montadoras investem rios de dinheiro para tornar seus veículos mais eficientes, seguros e menos poluentes, porém alguns dos motoristas já estão rotulando algumas novidades como indesejáveis. Há quem acredite que, se utilizar determinado recurso, poderá causar problemas no carro. Um deles é o start/stop.
Segundo os consultores técnicos das concessionárias, o start/stop, sistema que desliga o carro cada vez que você para no sinal, é o campeão de rejeição: parte dos motoristas tem a impressão de que a utilização constante deste sistema diminuirá a vida útil da bateria, outros acham que danificará o motor de partida e uma boa parte dos usuários se sentem incomodados com as partidas frequentes.
O objetivo desse sistema é diminuir o consumo de combustível e, consequentemente, reduzir a emissão de poluentes. Porém, alguns proprietários chegam a solicitar que o sistema seja totalmente desabilitado, não querem nem ter que acionar o botão que habilita e desabilita o sistema. Não vou tirar a razão de alguns que moram em grandes cidades como São Paulo e Rio, onde o que não falta é congestionamento: você acaba se irritando com o liga e desliga frequente do motor.
Traumas do passado
Para quem não conhece, dá realmente um mal estar sentir o motor apagar no sinal: quem tem mais de 40 anos ficou traumatizado com os problemas que ocorriam no passado com os famosos carburadores, onde manter a marcha lenta do motor era um desafio, além de problemas com o álcool no inverno, boias dos carburadores encharcadas, sistema de partida a frio com defeito, etc. Ttudo isso deixava os motoristas furiosos quando o carro parava no sinal e o motor morria, daí o desconforto em muitos em usar o start/stop.
A bateria aguenta
O sistema foi muito bem projetado e não é tão simples quanto você imagina: existe um módulo eletrônico que comanda tudo e vários sensores que autorizam ou não a entrada em funcionamento do sistema. Por exemplo, porta do motorista fechada, cinto do motorista afivelado e roda, parada: esses são itens que são checados pelo módulo para que o start/stop funcione.
Mas e a bateria? Toda vez que você dá partida no seu carro ocorre um pico de consumo de energia elétrica. Pensando nisso, as montadoras instalaram uma bateria auxiliar, com a função de alimentar outros módulos eletrônicos como sistemas de som, controle de tração, ABS, airbags, etc., para que não fiquem prejudicados por falta de energia nos momentos de partida.
A bateria principal foi redimensionada com uma capacidade maior, para absorver as solicitações do dia a dia, e tem mais: se o gerenciamento eletrônico detectar que a bateria está com pouca carga, ele inibirá a ação do start-stop, impedindo que o motor desligue. Assim você não corre o risco do motor desligar e não pegar novamente. A única perda real é o ar-condicionado, que para de funcionar momentaneamente--apenas a ventilação continua ocorrendo.
Além da bateria, o motor de partida também sofreu mudanças, ficou mais robusto e mais silencioso. Ele foi redesenhado para amenizar o ruído e as vibrações características dos motores de partida tradicionais.
Como diria meu sobrinho, ”o bagulho é nervoso” (é bem legal), pode usar sem medo que você não ficará na mão. E não esqueça que o planeta precisa da colaboração de todos nós. Até a próxima.
fonte:http://g1.globo.com/carros/blog/oficina-do-g1/post/startstop-ajuda-ou-atrapalha.html